SERGIO BERNARDES E SANATÓRIO DE CURICICA:
UMA DOCUMENTAÇÃO DA PRODUÇÃO DA ARQUITETURA MODERNA DE SAÚDE
Palavras-chave:
Arquitetura Moderna, Arquitetura de Saúde, Racionalização, Sanatório de CuricicaResumo
Este artigo tem como objetivo falar sobre a produção de documentação realizada por meio da leitura da metodologia de projeto, construção e linguagem arquitetônica utilizada pelo arquiteto brasileiro Sergio Bernardes para o projeto do Sanatório de Curicica. Bernardes fez parte de uma segunda geração de arquitetos que já conquistara relativa autonomia neste campo, articulando o processo de produção arquitetônica aos pressupostos da medicina. Logo após sua formatura, Bernardes se torna chefe do Setor de Arquitetura da Campanha Nacional Contra a Tuberculose (CNCT), do Serviço Nacional de Tuberculose (SNT), resultando na construção desse complexo arquitetônico sanatorial moderno, de modelo pavilhonar, inaugurado em 1951, em Jacarepaguá, na cidade do Rio de Janeiro. O programa arquitetônico seguiu as premissas técnicas elaboradas pela campanha, cujas recomendações gerais seguiam o estudo e a padronização da construção de sanatórios e dispensários que deveriam seguir princípios de racionalidade projetual e construtiva. Pretende-se aqui apresentar os resultados da investigação acerca do processo de projeto desenvolvido para o sanatório em questão, por meio de levantamentos, análises documentais e redesenhos, de forma a compreender a utilização de princípios de racionalização pelo uso da modulação e sobre os métodos construtivos adotados por Bernardes, como o uso de elementos pré-moldados a fim de notar qualidades do projeto que nos permite compreender uma forma de se fazer a arquitetura moderna de saúde e suas contribuições para o campo.
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